30 junho, 2006

O poeta por Pablo Neruda


Lendo o livro do poeta chileno Pablo Nerudo, tive o prazer de entrar em contato com sua vida. Conhecido pela diplomacia, onde atuou no México e na Espanha como cônsul do Chile, ele ganha destaque pela causa dos povos latinos americanos. Revolucionário, marxista e influenciado pelo moimento vanguardista Surrealismo,Neruda adquire simpatia em cada país por que passa. Ganhou prêmio nobel de literatura em 1971 entre outros títulos.


O trabalho dos escritores, digo eu, tem muito e comum com o daqueles pescadores árticos. O escritor tem que buscar o rio e, se o encontra gelado, precisa perfurar o gelo. Deve esbanjar paciência, suportar a temperatura e crítica adversa, desafiar o ridículo buscar a corrente profunda, lançar o anzol justo, e depois de tanto trabalho tirar um peixinho mínimo. Porém deve voltar a pescar, contra o frio, contra o gelo, contra a água, contra o crítico, até acolher cada vez uma pescaria maior”.

Trecho do livro Confesso que Vivi- Pablo Neruda

27 junho, 2006

A história do Brazil

Eu falo com todos pela amizade
Em penso em todos por dupla face
Escrevo personagens sem bem onde estar
Sou a alma analítica de quem sempre está por vir

Pois então, me contaram
Um europeu descobriu o País!
A surpresa desembaraça as caras revestidas por pau – brasil
Transformar a suntuosidade do intelectual em terras férteis para uma conversa no botequim:

- Realmente a terra é gigantesca comandante. Será ter mão-de-obra suficiente?
- Isso resolvemos no capital. As estradas estão chegando à vapor, cacique!
Num estalo de companheirismo, a peça vira livro
Os autores selam as mãos, fazem vistas grossas a conta que vem vindo

-A Amazônia não é mais nossa – disse o brother
-Meu irmão, há uma guerra pelo Sul! - disse um dos nossos por aí

Os pares saem apressados
O garçom olha sem bem entender o português
Enquanto lá os farrapos hasteiam a bandeira
Aqui o que resta é pendurar

26 junho, 2006

Saudações aos novos membros da Academia de Letras de Governador Celso Ramos

A inclusão de 5 novos membros na Academia de Letras de Governador Celso Ramos fortalece a importância do órgão para a comunidade.
“Há dois anos começamos com as pessoas que se destacavam na comunidade, resgatando a cultura de Governador Celso Ramos e procuramos nesses novos membros os mesmos objetivos.”
Miguel João Simão - presidente da Academia

Para um sábado (24) a tarde, num hotel a beira da praia de Palmas, o “momento não poderia ser melhor”-disse um dos homenageados, Celso Leal. Na solenidade, estiveram presentes os atuais membros do órgão, convidados e presidentes de outras academias, como Ademio Zaron, da Academia de Letras de São José, Manoel Silva, da Academia de Letras de Palhoça e Augusto de Abreu, da Academia de Letras Desterrense.

Segue a lista dos novos titulares e suas respectivas cadeiras:

14- Alzira Silva dos Santos
15- Celso Leal de Veiga Júnior
16- Suzana Margarete de Arruda
17- Vera Sônia Alves
18- Pedro Antônio Griza

19 junho, 2006

O poema aleatório dadaísta

Pesquisando o movimento de vanguarda dadaísta, encontrei inúmeros
poemas. Eles são uma das formas de expressão deste, que é um dos movimentos mais marcantes do século XX.
O movimento dadaísta, datado por autores de 1916 à 1921, é uma oposição a Primeira Guerra Mundial. É uma repulsa dos artistas aos campos de batalha, dando à arte todo sua força, destruição e crítica àquela que se opuseram.

Dadaístas como Tizan Tzara, Duchamp, Max Ernest arregaçaram as mangas, e se propuseram a fazer uma 'antiarte', dita pelos estudiosos até hoje. Isto, porque simbolizam na arte dadaísta, a anti-racionalidade que operava no mundo, ou melhor, no lado deles, em Zurique , na Almenaha.

Este é um dos poemas do fundador do dadaísmo,Tizan Tzara, que figurou o último manifesto do movimento. É uma receita para se fazer um poema.

Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
*Foto de Tzan Tzara

09 junho, 2006

Conselho não seguido, Ubaldo!

Terá que me desculpar querido Ubaldo. Infelizmente persistirei até o fim nessa minha obstinação. Persistência sempre! E baseada na sua carreira de integrante da Academia Brasileira de Letras e com mais de 120.00 exemplares vendidos...jornalista ainda pra assemelhar comigo! Não Ubaldo!
Mas não seria enojada ao ponto de não lhe agradecer esse teste de desejo de uma jovem escritora, apaixonada como muitos pela vida.Afinal, o que nos dizes é HUMILDADE!.

"Em primeiro lugar desaconselharia o jovem candidato a escritor a continuar; sugeriria que desistisse enquanto é tempo. Mas se isso for mesmo impossível, eu diria: então está bem, persista, vá em frente, leia muito, todas essas coisas que são lugares-comuns. E principalmente: seja humilde, mas combine essa humildade com certa obstinação. O resto, não é com você, amigo. É um mistério."
João Ubaldo Ribeiro

02 junho, 2006

"O poeta" por Vinícius de Moraes

A vida do poeta tem um ritmo diferente *Vinícius de Moraes
É um contínuo de dor angustiante.
O poeta é o destinado do sofrimento,
Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza
E a sua alma é uma parcela do infinito distante
O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.

Ele é o etemo errante dos caminhos
Que vai, pisando a terra e olhando o céu
Preso pelos extremos intangíveis
Clareando como um raio de sol a paisagem da vida.
O poeta tem o coração claro das aves
E a sensibilidade das crianças.
O poeta chora.Chora de manso, com lágrimas doces, com lágrimas tristes
Olhando o espaço imenso da sua alma.
O poeta sorri.
Sorri à vida e à beleza e à amizade
Sorri com a sua mocidade a todas as mulheres que passam.
O poeta é bom.
Ele ama as mulheres castas e as mulheres impuras
Sua alma as compreende na luz e na lama
Ele é cheio de amor para as coisas da vida
E é cheio de respeito para as coisas da morte.
O poeta não teme a morte.
Seu espírito penetra a sua visão silenciosa
E a sua alma de artista possui-a cheia de um novo mistério.
A sua poesia é a razão da sua existência
Ela o faz puro e grande e nobre

E o consola da dor e o consola da angústia.
A vida do poeta tem um ritmo diferente

Ela o conduz errante pelos caminhos, pisando a terra e olhando o céu
Preso, eternamente preso pelos extremos intangíveis.

A poesia metalínguística sempre foi a preferência dos poetas. Definir-se como poeta, ou tentar pensar sobre é o mais difícil dos escritos. Penso eu, que o poeta só se torna poeta quando dele se tira o ponto de exclamação ou de interrogação de sua tarefa "tangível", fastasmagórica, real...

São tantos os adjetivos... que ouso dizer que o poeta é algo indecifrável. Porque nele nascem coisas, tranforma-se dele tudo em pensamento e a partir desses pessoas riem, choram se fazem até mesmo poetas.

Será que aquela menina que vivia lendo, lia "Só tu"... nunca escreveu em seu diário coisas de seu amor mais que perfeito e nunca correspondido? Poesia transforma poesia, quando não em dores vazias ou felicidades momentâneas. É nessa perpectiva que o autor se caracteriza, se diz feiticeiro, menino, bandido.

"A poesia é um nexo entre dois mistérios: o do poeta e o do leitor
- Autor:
Dámaso Alonso

01 junho, 2006

Palmas ao Eu Lírico!

Pra quem acessa este blog, estou me apresentando mais "intimamente"...
Tudo o que venho escrevendo, não muitas coisas por falta de tempo (a famosa vida de artista que todos nós temos tido heheh), são momentos absorvidos, sentidos.

Ressalto várias vezes e isso aprendi com uma professora do IEE,Patrícia Rosa, colégio onde estudei meu Ensino Médio, que a poesia não é um desabafo desesperado que se define ao gosto popular. Em algumas até pode ser, mas versos não contam apenas isso. A poesia não é apenas um debulhar de angústias e prazeres de um escritor. Penso que muito mais do que a todos em minha volta, os sinta tão meticulosamente, que os encarno, se é que me entendes...

É nesse ponto que entra em cena o eu lírico e nesse personagem me isento de qualquer tristeza ou angústia escritas. Escapo pela tangente ? Talves, quem sabe? Palmas ao Eu Lírico hahahha
Bem..são momentos, aflições, sentimentos escondidos que vejo em alguém ou os sinta de verdade.
A sensibilidade e a paciência são requisitos para se escrever.
Afinal, " Escrever é 5% de inspiração e 95% de transpiração" diria Carlos Drummond de Andrade.